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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Jornal-produto, jornal-processo

Para Refletir...
O fato de publicarmos um jornal bonito não significa necessariamente que ele traz algum benefício aos alunos. Pode mesmo acontecer o contrário. Suponhamos, por exemplo, que a vontade de fazer o melhor leve o professor a reescrever os textos de seus alunos, “inventando” uma capacidade de escrita que no existe. Os leitores do jornal vão gostar e parabenizar os supostos autores, que estarão assim participando de uma pequena fraude e tirando proveito dela no plano da satisfação pessoal, imagem etc. Algo nada bom para a formação em valores...

As mídias escolares são qualificadas pelos processos de ensino-aprendizagem dos quais resultam. Elas podem estimular a participação dos alunos ou reforçar as tendências autoritárias da escola; promover a criatividade ou praticar uma concepção "bancária" da educação (Paulo Freire); servir ao entendimento da dimensão social ou expressar uma visão narcisista e alienada etc. Com isso, dizemos que nada está decidido de antemão. Tudo dependerá da coerência pedagógica do professor.

Há uma tensão entre a mídia-produto (o jornal impresso) e a mídia-processo (o percurso do aluno e do professor durante a sua elaboração). Nas perspectivas instrumentalistas ou autoritárias, o comando passa por um determinado patamar de qualidade ou mesmo uma intencionalidade comunicativa, fixados de antemão. O processo é forçado a se adaptar a esse desejo, o que provoca diversas distorções.

Dentro da coerência pedagógica, ao contrário, o produto expressa o resultado de um processo de ensino-aprendizagem fundamentado em uma perspectiva de educação integral. O aluno produz conteúdos testando e ampliando, com ajuda do educador, os limites de seus conhecimentos, mas sem “inventar” capacidades que não exis
tem. 
Turma Celestin Freinet (Portal do Jornal Escolar)

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