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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O uso das tecnologias digitais em sala de aula

por Vera Menezes

As tecnologias digitais estão definitivamente integradas em nossas vidas e ninguém mais tem dúvidas da necessidade de sua integração em nossas práticas pedagógicas. No livro Letramentos digitais, Dudeney, Hockly e Pegrum (2016) defendem que professores e alunos necessitam adquirir quatro tipos de letramento digital. O primeiro está relacionado ao uso da linguagem para comunicação, incluindo a utilização de celulares; o segundo visa tanto à busca quanto à filtragem de informação; o terceiro diz respeito às conexões como a participação em redes sociais, entre outros tipos de conexão; e o último inclui o (re-)desenho ou remix, como por exemplo, usar editor de imagens, inserir voz ou legendas em um filme com outro sentido, fazer montagens de textos e imagens etc.

Muitos são os motivos para usarmos as tecnologias digitais em sala de aula e o principal deles, em minha opinião, é o fato de fazerem parte de nossa vida cotidiana, pois os computadores, tabletes e celulares conectados à Internet se tornaram uma extensão de nós mesmos. A sala de aula não pode ignorar esses novos hábitos mediados pela Internet.

Muitos outros motivos justificam o uso dessas tecnologias, que se renovam com uma rapidez impressionante, tornando nossas atividades diárias cada vez mais conectadas. A seguir, apresento 10 motivos para usarmos as tecnologias digitais em sala de aula: 


  • elas rompem a barreira da sala de aula e conectam os alunos com o mundo (ver Linguagem online: textos e práticas digitais, de David Barton e Carmen Lee);
  • trazem, para a sala de aula, práticas de letramento que acontecem fora da escola, ampliando as experiências de letramento (ver Multiletramentos na escola, de Roxane Rojo e Eduardo Moura);
  • aumentam as possibilidades de interação, a comunicação e o compartilhamento de conhecimento (ver Linguagem online: textos e práticas digitais, de David Barton e Carmen Lee);
  • ampliam as práticas de leitura (ver Tecnologias para aprender, organizado por Carla Coscarelli);
  • oferecem inúmeros recursos multimodais para a escrita (ver Textos multimodais: leitura e produção, de Ana Elisa Ribeiro);
  • proporcionam acesso a muito material gratuito para estudo autônomo (ver exemplos para aprendizagem de inglês em http://www.letras.ufmg.br/arado/);
  • auxiliam alunos e professores a serem protagonistas e a publicarem na web (ver Linguagem online: textos e práticas digitais, de David Barton e Carmen Lee);
  • incentivam a colaboração entre aprendizes (ver fanfics, Google Docs... a produção textual colaborativa no livro Escola@ conect@d@: multiletramentos e as TICs, organizado por Roxane Rojo);
  • promovem debates e maior participação social (ver Redes sociais e ensino de línguas: o que temos de aprender?, organizado por Julio Araújo e Vilson Leffa);
  • permitem a criação de grupos de interesse ou comunidades de prática (ver Linguagem online: textos e práticas digitais, de David Barton e Carmen Lee).

Sei que existem inúmeros motivos, e desafio os leitores a fazerem esta lista crescer, acrescentando outros nos comentários a este post.

Referências:
ARAÚJO, Júlio; LEFFA, Vilson. Redes sociais e ensino de línguas: o que temos de aprender?
BARTON, David; LEE. Carmen. Linguagem online: textos e práticas digitais. Trad. Milton Camargo Mota. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.
COSCARELLI, Carla Viana Tecnologias para aprender. São Paulo: Parábola Editorial, 2016.
DUDENEY, Gavin ; HOCKLY, Nicky; PEGRUM, Mark. Letramentos Digitais. Trad. Marcos Marcionílio. São Paulo: Parábola Editorial, 2016.
RIBEIRO, Ana Elisa. Textos multimodais: leitura e produção, São Paulo: Parábola Editorial, 2016.
ROJO, R. H. R.; MOURA, E. (orgs.) Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
ROJO, R. H. R. (org.). Escola@ conect@d@: multiletramentos e as TICs. São Paulo: Parábola Editorial, 2013.
ROJO, R. H. R.; BARBOSA, J. P. Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.

Vera Menezes

Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva Graduou-se em Letras (Português e Inglês) pela PUC-MG e em Direito pela UFMG, fez mestrado em Inglês pela UFMG, doutorado em Linguística e Filologia pela UFRJ e pós-doutorado pela PUC-MG. Atualmente é professora titular da UFMG e pesquisadora nível 1 do CNPq. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Linguística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: aquisição de língua inglesa, pesquisa narrativa, ensino de línguas mediado por computador, gêneros digitais. É uma das pioneiras no ensino e pesquisa em educação a distância na área de Letras. Foi presidente da Comissão de Especialistas em Letras da SESu/MEC (2000/2002) e presidente da ALAB (2000/2002). Coordena o projeto de pesquisa AMFALE com colaboradores do Brasil, Japão, China e Finlândia. Atualmente é a editora-chefe da Revista Brasileira de Linguística Aplicada.


Fonte: Parábola Editorial

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